21 junho, 2010

sou apenas pedra, coração e peixe...
no cair da montanha, no bater do sossego, pelo mar dos olhos.
no enamoramento daquele singular cabelo,
da folha que cai sobre a poça
e no sol no reflexo das águas,
existe a suavidade em todos os pequenos gestos

encalho no amor no bater do gesto,
no engajar da simplicidade da gota
(aquela gota que flutua entre os corpos e o ferro),
e dos olhos, pelo mar, afundam-se as raízes,
na profundidade do zelo, no digitar do cansaço.

no reflexo do sol sobre a folha,
na perfeição imperfeita da vida ou da morte,
nascem crianças pelas flores lilases
beijadas pelos lábios carnudos,
no correr da transpiração e da paz.

pego nas crianças pela água
na asfixia do cansaço do beijo das flores,
comendo os seus sorrisos de branco no acolher da língua,
sorvendo o leite pelas nuvens,
no regozijo da fasta vida.

Sem comentários: