17 junho, 2010

no orvalho da tua língua viperina,
onde as luas das lágrimas de mel renascem,
está retida a verdadeira liberdade do desapego do amor.
encosto-me no aconchego dos teus pés e na filosofia do teu peito.
no silêncio oiço o rufar do coração do mundo,
no enternecer do ouvido e da tua pele mais exterior.
sigo-te pelos dedos no enamoramento da descoberta,
dedo ante dedo,
no abismo do teu umbigo à claridade das ervas.

arquivo os cheiros das tuas particularidades mais doces
no mapeamento do teu corpo sonho, vivo no teu corpo pedra,
entre as árvores, as flores e os risos das crianças.

no desapego do amor construo-te na brisa da manhã,
no desenho das conchas marítimas, no reflexo da saliva.
no efémero existir do beijo o eterno viver do abraço...
na ilusão de ser.

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