21 junho, 2010

dentro da caixa está escondido o interior da caixa,
na revelação do nascer da letra,
no raiar da beleza particular do branco.

ouve-se o respirar do brinco
no pestanejar da noite,
entre os vinhos, as pernas e as línguas
com os seus mil sexos de oliveira.
nasce a letra da conjugação da letra,
no soletrar, entre a saliva e os dentes.
letra magnificente no seu corpo,
da cabeça dos céus à base dos pés,
esses pés de caminho pela linha e pelo ponto,
no encontro da paz do verbo pleno e plural.

brinco que expira no inspirar da caixa,
no sorrir da bigorna da noite,
no malhar da letra pelo fogo do lábio
na construção sublime da coisa.

no reflexo das luzes o branco -
esse branco da sombra das oliveiras -
onde os sexos perduram entre as letras e o alto das pernas
no alvo da boca e na celebração do som,
germina o exterior da caixa no acontecer interior,
onde tudo é por dentro,
no culminar do caminho de fora.

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