22 junho, 2010

da ponta da agulha de ferro,
no entrar e no sair das partes mais pequenas da romã,
sorvem-se os saberes do teu ventre,
entre o mundo dos lábios e o joelhos tremendo.

no abandono da dor,
nos cristais marítimos do prazer,
ocultam-se as vergonhas no arfar dos úmbigos.
no centro dos lábios mudos,
entre a língua e a harmonia dos sinos.

no entrar da agulha no respirar da romã,
colhem-se abandonos, no encontro do silêncio.
na calor das águas dos corpos,
onde mergulhamos no ferro da agulha,
no culminar da sofreguidão dos corpos,
nos lamentos da ilusão do prazer.
na solidão das romãs,
nas extremidades subterrâneas dos ventres,
a exaltação da cópula do mundo:
no repassar da flor poema,
no logro do comprazer.

no roçagar dos lábios das romãs,
em todas as partes mais vermelhas,
és também só no jejuar de ti.

e na troça dos céus aquele divino silêncio
onde se esquecem as existências,
o cair da terra sobre o corpo exausto de saudade.

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