25 julho, 2010

naquela casa no cimo do mundo
os malmequeres brotam pelas paredes dos olhos
e sobre a terra estendem-se as mulheres crescendo,
rebolando no contentamento dos seus lábios todos,
na fluidez dos orgasmos das águas.

naquela casa magnífica de luz
voando por entre as pestanas dos sorrisos,
no arder dos teus seios no arco-íris,
revejo-me andando e correndo com os filhos pelas mãos
de pés descalços,
nascendo pelas mulheres gritando na alegria.

do seu grito cósmico brotam estrelas pelas vaginas florais,
no coroar dos céus de anis e paus de canela pela boca,
no desterrar do nome das coisas na violação do lábio,
no beijo correndo pela humidade
entre os seios erectos das mulheres,
na celebração da casa no quarto das luas,
com laranjas violetas nas papilas em neon brilhando
pela noite enlouquecida das mulheres.

e os satélites do amor fogueiam a imensidão,
no sentir do beijo na descoberta do pescoço,
na conjunção do abraço,
na brasa imensa onde me crescem as mulheres particulares do mundo.

amo o sangue bebendo-o pela alma em colheres de sopa,
sentido o vermelho pujando a paixão pela língua
no descer imediato da garganta ao coração,
no artifício fogo de crescer em sangue pelo espinho,
na declamação da afeição dos malmequeres.

e aquela casa crescendo pelas mães no redor dos filhos,
no festejo do sangue das mulheres escorrendo
no parir das estrelas de anis.

é no abraço da casa imensa que me sinto,
no nascer dos braços no crescer da casa mundo que me torno,
no encontro fluorescente dos malmequeres brilhando,
no segredar das palavras secretas do prazer
de amar o amor pelo o amor.

Sem comentários: