02 setembro, 2010

como não te ter se já te tenho.

lábios de flor crescendo dos céus,
impregnando aromas no alto da boca do mundo.
lábios mariposa batendo, oscilando,
chagando-se à mais alta calma do meu braço.
lábios húmidos...doces...estrelas de anis.

como não te ter se já te tenho.

movimento...oscilação...paragem.
respirar da terra.
no alto as ramos protegem o abraço,
curvando-se ao vento numa celebração de silêncio:
nos olhos que fecham,
dedos caminhantes do calor da voz,
do gemer do sangue.
ai feroz fera do amor galopando florestas,
culminado na paz da guerra
água correndo no rio certo do amor.

como não te ter se já te tenho.

palavra, verso, virgula, verbo, exclamação.
mão, beijo, grandes lábios, voz, sussurro.
silêncio, grito, vida.
e os pássaros cantando e o mundo girando como sempre foi...
sem medo,
sentindo e pressentindo a vida,
as vidas todas...
em que me és rio, luz, pedra, sorriso.

como não te ter se já te tenho.

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