09 setembro, 2010

calma.
inusitada pausa no respirar do mundo,
no sentar do corpo na procura do chão:
chão que espera e revolta o pensamento,
que floresce na alegria dos dedos,
no percorrer da pele...
calma.
no silêncio dos lábios sobre os braços,
no interior dos braços,
nos pés subindo ao calor do mais alto contentamento,
umbigo, barriga, pele.
pele que é pele e casa onde me habito dentro de ti
palavra verbo onde me encaixo e descanso.

fluir.
sangue que cai da flor no parapeito do coração,
cascata de vermelho na ascenção da carícia:
silêncio, olhar, beijo, abraço, toque,
palavra, lágrima, água.
fluir.
caminhos dentro do alma brotando,
beijo que cai na boca sobre o anjo,
fluindo o amor nos olhos do quente sol,
corpo que exalta a transpiração dos sorrisos,
na partilha de anis e canela no alto das pernas.
forte e calmo no acontecer,
revolução que explode no olhar de lobo,
mulher lua que canta e que é...

acontecer.
proibido momento entre o nascer do sol e a morte,
sem pressentimento...
acontecendo na calma da pele e da palavra,
fluindo no amor...
coisa que acontece nascendo de rompante.
acontecer.
o amor.
as mãos.
o tudo.
o nada.
também hoje.

Sem comentários: