20 janeiro, 2010

um pássaro de prata sobrevoa a paz em sangue,
o seu voar é terno como o beijo molhado das amantes
e quente como a faca junto ao coração.
a paz é um momento apenas entre o respirar da manhã
e o expoente do prazer.
o pássaro de prata parte no contentamento do ódio:
está molhado o lençol onde os corpos amortecem a queda,
e no ar aquela aversão, aquele enlevo que arrepia.

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