se pela boca bebesse o mundo inteiro
encerraria os sacrilégios da alma do sonho.
a boca ficaria mais suja e mais sábia das coisas mais pequenas
e os olhos chorariam arco-íris de lama.
da boca cairiam maçãs maduras:
o seu sabor lembraria segredos que a pele oculta em gelo transparente,
e o seu odor como mil centelhas que brotam pelo cordão que nos fica da barriga.
eu choraria certamente certas lágrimas,
e as minhas mãos pousariam como ameixas no chão mais celeste,
num luto muito branco pela vida que sempre fica de quem nos morre
do lado interno da afeição.
19 janeiro, 2010
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