12 outubro, 2010

nocturna palavra desespero,
palavra na reminiscência do copo no vazar da água,
água caminhando pelo ventre
na erecção das flores que de dentro do copo esperam.

ai! metamorfose do coração luz,
iluminando a noite num véu de comestível doce.
sombra que vem e que fica no cruzamento da luminosidade,
no mistério de ser o eterno enleio do amor.

mãos que crescem pela noite,
tocando alaúdes de saudade,
na intemperança,
na espera,
no tempo crescendo pela chama:
fogo insolvente da fénix que renasce
a todo o tempo.

e a ave maravilhosa rodopia, dança,
sem presença,
pelo ar existindo na respiração...
inspirando, expirando...

asas planando no meu colo,
nos dedos, de dentro da tangerina,
consumindo a extremidade da cerca mundo,
libertando pelo ar, prendendo pelo gomo.

tangerina que se inscreve na carta sobre a mesa
na casa que arde pelo peixe voador:
ave marítima que cresce no copo das flores
imbuídas nos aroma do teu ventre.

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