08 outubro, 2010

bicicleta voadora pelos trilhos do beijo,
viagem imaculada pelo interior do abraço,
aconchego entre a pele e o aroma da terra molhada,
da alfazema, do jasmim, do musgo no correr das águas.
viagem pelas nuvens das lágrimas,
no entreabrir do sorriso no gargalhar dos dedos,
roda que sulca o desejo da semente,
variando na descoberta da maravilhosa inovação de crescer.

vento pela braços voando,
na agitação dos dedos e das unhas e dos ossos,
na condescendência louca do sopro dos silfos,
pelo o movimento circular das pernas
correndo, andando,
transpirando
o caminho do desabrochar dos ósculos.

ser que pedala na intermitente viagem pela casa
(interna coisa no interior do coração alma),
insensato sonhador do corpo terra,
com asas escarlate brotando no pensamento,
na palavra,
na rosa de fogo explodindo na ponta dos dedos.

temerosa é a viagem pela terra das raízes:
húmus que é pelo sangue o pulsar substantivo da vida,
do poema que jorra em golfadas do interior do solo.
crosta do coração alma,
bicicleta do acontecimento,
ser que é sendo pelo acontecer,
na revolução de viver a mestre respiração
de ser deus,
de ser homem,
de ser o imaginado mundo criado,
de ser a invenção da bicicleta do amor,
brotando de dentro o espiral de fora,
sendo nada,
apenas tudo.

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