27 agosto, 2010

luz,
incandescente matéria do coração
vibrando na luminescente pele da tarde.
folhas,
no alto das costas, no sacudir dos pés,
folhas subindo dos galhos do amor,
com sabor a beijo, a lábios e a dentes.
folhas carnudas no tocar da boca,
ao de leve,
língua pela língua da alma coração...

...estrela explodindo de dentro do peito.
estrela proibida, estrela vacilante,
estrela que rasga, corta e queima,
estrela sorriso, estrela paz.

dedos,
viajantes exploradores do amor,
escrevendo o corpo com a tinta das folhas,
luz das estrelas dos olhos.
olhos,
portas e janelas na ventania,
gritando e gemendo a profecia da dança.

dança...
das palavras do poemas no crescer do poeta,
rodando,
amando a pedra,
o corpo,
os pássaros gritando,
no canto da voz,
dos lábios mais altos da mulher alma:

mulher flamejando de dentro para fora,
mulher no amparo do voo e da queda.
mulher total na libertação do poema,
poema que voa pelo fogo furacão
quebrando amarras.

ai! liberdade de ter a vida pelo colo.
vida na armadilha da vida
no sorriso do amor,
lágrima no sofrer das coisas mais belas.
lágrima que liberta pelo centro da periferia do beijo.

desafio,
de ser a coisa total do mundo,
coisa amor, coisa branca,
coisa sorrindo,
coisa nua,
coisa vivendo,
coisa que é respirando...no meio das folhas luminescentes

eu,
existindo,
nascendo do centro de mim que é o teu ventre,
a lágrima sorrindo a liberdade dos olhos
e os lábios gritando o amor silêncio.

eu que vivo folha,
no alto do amor da árvore que me és.

Sem comentários: