25 agosto, 2010

enterro as raízes da alma no planalto do coração.
planto-me na terra que me recebe:
maravilhoso é o aroma da pele que me cerca,
que se me cola no interior dos olhos
cegos e inusitados no sentir tudo
na escuridão da noite lunar.
magnifico êxtase do sonho vida,
no sentir o teu ventre ardendo e arquejando,
no sussurro das mãos dançando as cores;
lava escorrendo pelos teus seios festa,
queimando tudo no passar do ponto da exclamação infinita.

crias o poema pela barriga das pernas,
gerando a perfeição do voo nocturno.
crescem-me rosáceas pelos buracos do corpo em convulsões:
sou hoje a reconstruída árvore da vida
tacteando o mundo na perfusão do sangue da terra pele,
beijando a pedra e a faca e a flor,
sangrando pela boca sedenta do teu umbigo.
e pego no teu corpo de papel
escrevendo-te pela vida as palavras fecundas:
amor que é sendo totalmente
como ferro, beijo, cor ou beijo;
ser sendo no
viver,
na plenitude de estar no verdadeiro silêncio
de ser amor.

Sem comentários: