26 maio, 2010

no medo, no agrilhoado caminho do temor,
onde o corpo das flores esmorecem
e a luz é mais ténue no alumiar dos olhos,
o medo é apenas desamor.

as mãos são parte da boca,
e o coração parte da terra do mundo,
onde o fogo é ilusão de fogo,
na quimera da vida,
no crescer dos ciprestes onde crescem os longo braços do amor
onde me crio pelo leite da lua.

liberto-me do sangue e da morte,
e de todas as sementes do medo,
onde cardos e flores nefastas crescem
no ferver da mente.

largo tudo pois nada é.
no correr do amor,
na liberdade do amor,
incessante coisa pelo vento cresce
no rebentar das veias e no quebrar dos ossos
onde a alma se prendeu.
apenas o amor torna os teus lábios os lábios
e as minhas mãos as mãos,
no envolver do carinho em papel vegetal,
no acolher do leite das crianças,
nos sorrisos que espreitam nas loucas poesias,
na consumação da liberdade.

peguemos no amor gritando-o,
corramos pelas ruas e pelo vento,
na revolução do abraço e do beijo
onde possamos nascer de dentro do coração da vida.

que diga eu o amor em todas os tempos verbais,
nas várias pessoas no mundo:
que o amor seja a consumar da partilha nossa,
pela boca do corpo até aos dentes.
amo-vos na insensatez do amor
porque o amor é a liberdade de sermos todos.
amo-me-te-nos-vos.
no acolher do amor.

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