31 maio, 2010

apetece-me a dança entre nuvens,
onde possa sonhar o corpo sentindo-o,
no ritmo incessante do tempo onde te encontro.
dancemos as almas nos nossos braços de árvore
olhos no silêncio, mãos nas mãos.
no toque das ondas e pelas marés,
durante as treze luas do teu útero poesia.

no enleio das mãos encontro o silêncio das almas,
aquele momento total, na rebeldia do coração.
e olho cada pormenor mais pequeno da dança:
retenho-me na ilusão do tempo e recordo-te agora,
na voracidade da pele e da boca,
no sentir presente da vida que me ofereces.
que seja agora o momento da dança,
de olhos fechados, dedos pelos dedos acima,
no subir autêntico da carícia do abraço.

apetece-me a dança do teu colo,
dormindo apenas na palavra,
onde o meu corpo é o respirar do teu,
compassadamente belo.
acordo-me no teu corpo pelo entardecer das uvas,
e por momentos sou o teu cabelo,
as tuas lágrimas e o teu sorriso,
sou borboleta de mil asas,
onda azul no beijo dos olhos.

apetece-me a dança no silêncio,
no ranger da terra,
no baloiçar das folhas de sorrisos,
agora, agora, aqui, aqui.

encontro-me no encontro da dança,
onde somos sós, leves pelo vento.
danças?

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