03 fevereiro, 2010

cerras as mãos com beijos de flamingo;
mãos de saliva e terra,
mãos guardadoras de sonhos,
dos infindáveis mistérios osculáveis.
enleias pelos dedos o respirar do respirar
e enterneces a morte das estrelas.

as tuas mãos são palavras secretas e indizíveis
pela boca e pela língua,
no correr da água onde pousas os teus filhos.

e das tuas mãos as nossas e as minhas,
no toque que por fora se toca por dentro
todos os cantos a norte do céu,
na aspiração da paz,
na levidade do arrepio.

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