26 abril, 2011

cresce o grande móvel dançarino do coração,
onde descansam os olhos dos tempos,
onde a voz ondula pelos veios da madeira
com os lábios reflectindo o vinho e as estrelas.
pego na palavra que inventaste o outro dia
e planto-a na parte interna dos olhos
onde florescem flores sorriso a cada pequeno gesto.

do cimo das nuvens pernoito o teu corpo de oriente,
a tua existência de água pela boca.
sorvo a mais radiosa luz que emanas:
és de azul fluorescente no meu coração voador,
és a palavra toda que me cresce pelos dedos,
pela boca e pelos sexos dos mundos.

e reinventas o amor no arrumar das estrelas,
conjugas os verbos na língua do silêncio
no aconchego das línguas e das histórias dos dias.
escreves em tinta invisível o tempo,
o garfo e a colher, a saliva escorrendo pelas pernas,
o poema ardendo nas folhas de oliveira.

e o amor avassalando os céus,
móvel furibundo entre as nuvens,
amontoando as palavras nas prateleiras dos deuses,
sorrisos, lágrimas, sonhos...
a vida total do amor
crescendo no infinito das coisas.

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